quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Pessoas e livros: afetos

Estou relendo O pequeno príncipe, desta vez com meus alunos de 2ª série. É a quarta vez que visito essa história e, a cada visita, meus olhos-de-ver-poesia percebem imagens diferentes.
Hoje, por exemplo, lendo uma das minhas passagens favoritas - o capítulo em que a raposa encontra o principezinho - fiz uma relação das rosas com os livros. A raposa diz ao menino-príncipe que a rosa dele é diferente de todas as outras rosas do mundo, porque ele foi por ela cativado. E o pequeno príncipe passa a ver sua rosa com olhos-de-ternura, porque com ela estabeleceu laços, foi por ela afetado.
Assim são as relações humanas e também a relação com os livros: a cada olhar o novo surge por meio do afeto - entenda-se afeto como algo que provoca, de alguma forma - e este novo toma corpo, comove, faz a diferença. Como pessoas que chegam de mansinho - ou já provocando rebuliço - e vão tornando-se essência, os livros que nos afetam tornam-se tão familiares e únicos como a rosa do principizinho e, a cada visita, são redescobertos. E cada despedida, cada adeus dado aos personagens, provoca o choro da saudade, a mesma saudade que a raposa, cativada, sentiu ao despedir-se do pequeno-grande príncipe.

Um comentário:

justfeel disse...

Such an awesome book!
Somente estabeleci laços com esse livro neste ano (ou final do ano passado?), mas provocou em mim uma mudança, um rubor, finalmente me cativou.
É quase um manual pra educar gente grande, pois se o mundo fosse só de gente pequena seria muito melhor...
;)