sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O anjo azul

Hoje, final da tarde, assisti ao filme "O anjo azul", de Der Blaue Engel. Gravação antiga (1930), ainda que em DVD, apresentou uma imagem não muito nítida e o som um tanto repleto de chiado. Ainda assim, o enredo é primoroso e entre o preto e branco das cenas, os cortes um tanto rudimentares para os dias de hoje e a tradução horrorosa, há uma história triste, sobre a decadência humana.
No filme, Immanuel Rath (Emil Jannings) é professor de Literatura Inglesa num Colégio e é respeitado e temido pelos alunos. Certo dia, descobre que seus alunos estão freqüentando o Anjo Azul, o cabaré onde se apresenta Lola (Marlene Dietrich). O professor vai até a boate para surpreender seus alunos e acaba fascinado por Lola. Nesse instante, começa a decadência de Immanuel: estando com Lola, rompe com os padrões e costumes estabelecidos pela sociedade, deixando de ser respeitado por seus alunos e sendo afastado da escola. Casa-se com a dançarina e segue Lola e os colegas desta na realização de shows. Abandona a ordem social vigente e passa, como sua esposa, a viver à margem da sociedade. No entanto, sofre com isso, sente-se desmoralizado e, quando retorna à sua cidade natal para nova apresentação no cabaré Anjo Azul, sente tamanho desgosto por rever seus conhecidos e certificar-se de tudo o que precisou abdicar para se casar com Lola. Então, caminhando com dificuldade, segue até a escola onde lecionava e morre sentado na sua mesa, em sua sala de aula, o que demonstra que jamais conseguiu deixar o mundo burguês do qual fazia parte.
Título: O anjo azul
Ano: 1930
Duração: 94 min.
P.S. Preciso fazer um comentário... Foi impressionante observar o respeito que o professor tinha não só dos alunos, mas da sociedade. Bons tempos!!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Festa de família

Aniversário do vovô. Com o cair da noite, a reunião familiar na casa da vovó. Lá, entre coca-cola, bolinhas de queijo e um bolo de chocolate delicioso, rostos conhecidos e queridos. Bom rever todo mundo (quase, faltou a prima loira). Abraço e carinho recebidos da vovó logo na chegada, que sempre surpreende com seu vasto conhecimento (hoje a surpresa foi o deus do sol grego!). A titia amada de visual novo, com aquele sorriso gostoso estampado no rosto. A prima mais nova querendo mostrar tudo, participar da conversa e pedindo um cachecol igual ao meu, porque ele é lindo! Comércio de bijus correndo solto no quarto e depois dos parabéns e das velinhas assopradas, a conversa animada na mesa. Irmão, cunhada e tias conversando sobre hospital e centro cirúrgico, a prima trompetista que está do meu tamanho, irmã compreendendo tudo só com meu olhar e no fim, o início da despedida do primo-comentarista, que nos deu uma carona e que vai deixar saudades!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

F é r i a s

Férias...
É retirar o relógio do pulso e levantar quando o sono foi embora, comer quando a barriga pede e deitar quando o corpo fala que está na hora.
É almoçar e jantar sem pressa, batendo papo e recordando velhas histórias.
É ler o que o coração aponta, ouvir um CD até enjoar, ver bobagens na TV e rir, rir, rir. (Não vale Faustão e Gugu, porque aí não há riso, só irritação!).
É deixar o carro e sair de bicicleta ou andando, porque o tempo não é um problema, mas um aliado.
É ouvir o irmão tocar violão e cantar junto boas canções.
É caminhar pela praia sentindo o friozinho da água, a textura da areia e o suspiro do vento.
É comentar um livro, uma viagem, um fato lembrado sem precisar esperar pelo fim do dia, pelo momento do chegar-em-casa-depois-do-trabalho.
É atender o celular se der vontade, ver e-mail se der na telha, navegar na internet para ver coisas bobas e boas.
Férias, enfim, é uma pausa, um respirar, uma vírgula no corre-corre nosso de cada dia.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Viagens

E o ano começa com a nossa habitual viagem. Faltou uma, mas os três ainda persistem.
Saída: Praia Grande.
Destino: Farol de Santa Marta (Laguna), com parada em Floripa e Bombinhas.
Resultados: espírito renovado, álbum e memória ampliados, novos desejos, sonhos e planos. E também algumas conclusões...
* Bombinhas continua sendo o lugarzinho do coração;
* Fazer trilhas é bom demais, sobretudo quando não sabemos o que vamos encontrar do outro lado;
* Há certas coisas que não são para entender, são para aspirar como essência;
* Boa companhia é 90% de uma boa viagem;
* Uma caminhonete faz falta;
* Acampar é bom, mas uma cama macia é boa demais;
* Patos nadam também no mar;
* Fazer trilha pode causar efeitos colaterais;
* São os argentinos que movimentam a economia de Bombinhas;
* Crianças argentinas não gostam da casquinha do sorvete;
* Brasileiros são estrangeiros em Bombinhas;
* Libaneses não entendem muito bem o português;
* Ano que vem tem mais, porque "nossa" viagem é sempre marcada por boas lembranças, momentos incríveis e muitas risadas
.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Um pouco de Amélie

Hoje, ouvindo o incessante barulho da chuva e imersa no sofá da sala, já que foi impossível ir à praia, debrucei-me sobre um livro de teoria sobre o teatro e, num dado momento, recordei do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Numa Paris estilizada, romântica e perfeita vive Amélie, uma jovem pueril e sonhadora que tem como objetivo de vida ajudar as pessoas com pequenos gestos.
Há duas passagens nesse filme que me encantam: o início, quando Amélie, a mãe e o pai desta personagem são descritos pelo narrador e por imagens que mostram o que gostam, o que não gostam e suas manias. Bom seria se pudéssemos assim nos apresentar aos desconhecidos: olá, sou Deisily, gosto de viajar e comer feijão na xícara, adoro ler e dar aulas, não gosto de pisar em chicletes, detesto dois dias seguidos de chuva e tenho mania de tomar coca-cola. Pronto! Sem idade, profissão, RG, CPF, telefone e e-mail. É, seria muito bom.
Outra passagem que adoro é quando se dá a euforia de Amélie ao descobrir o prazer em ajudar as pessoas: a trilha sonora alegre, o som ambiente, o confuso diálogo entre as personagens, a velocidade na sucessão das imagens, a intensa movimentação da câmera fazem com que o espectador sinta o cheiro daquela rua de Paris, sinta o estado eufórico da personagem e vibre com sua alegria ao descobrir uma boa razão para viver. Por fim, quando Amélie atravessa a ponte, temos a certeza de sua mudança. A travessia simbolizando um rito de passagem, o ir de um estado a outro, a transposição de uma realidade. Depois de ver ao filme, nós também atravessamos uma ponte. Uma pontinha de vontade por mudança invade o ser e Amélie não parece mais ser apenas uma caricatura doce e pueril.

Ficha Técnica
Título Original: Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento (França): 2001

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Dias bons

Dias bons. Boas surpresas, confirmações, certezas. Tarde encerrada com flores amarelas e abraço e o prenúncio do querer-bem invadindo o ser. Agora, a despedida deixando o gostinho de saudade de um tempo que se foi, mas que deixou bonitas lembranças e um laço de grande afeto.