domingo, 27 de abril de 2008

O tempo não pára


Os diferentes verdes dos campos enchem os olhos. Campos esses cortados por asfalto. Um caminho familiar, que traz recordações.
Manhã de sábado, acordar cedo, pegar a bagagem, tomar um comprimido para não enjoar e partir. Partir para a paisagem da minha infância. Almoço da vovó, esperar a sobremesa e ficar mais feliz quando era a preferida: pavê. Depois, sair pelas ruas de paralelepípedo, a pé ou de bicicleta. Passear na praça da cidade, ir ao ginásio de esportes ver algum jogo, abrir a torneirinha dos caminhões, tocar a campainha e sair correndo. Mas o mais divertido era ir à chácara do avô. Lá era onde as brincadeiras corriam soltas, onde passávamos a tarde toda comendo frutas do pé e tomando café na casa da dona Maria, mesmo tendo ordens expressas do avô para não misturar frutas com café. No fim do dia, a acolhida da avó, o "direto para o banho" regado pela bronca das mães, o cansaço gostoso, a gemada antes de dormir e... de repente, 20 anos se passaram.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Tem festa no céu


Hoje tem festa no céu. Foi assim que a homenagem do papai começou, foi assim que o tio querido escreveu na coroa, foi assim que todos pensamos. Tristeza na Terra, festa no céu.

Titia amada partiu. Sorriu até o último momento, por isso, estou agora sorrindo enquanto lembro dela.

Muitas pessoas foram se despedir, pessoas essas que por ela foram afetadas, envolvidas por seu riso fácil e mágico, por sua imensa alegria de viver.

Agora, fica a saudade. Sem dor, porque a tia Beli-boa-intrusa-na-noite-dos-netos, a Bel, a Maria, a Isabel, a Marry da vovó, jamais provocaria qualquer sentimento triste. Ela é a alegria! Sim, tem festa no céu. E no coração, fica guardadinha a festa que ela fez nas nossas vidas, sempre.