terça-feira, 28 de agosto de 2007

A bolsa amarela

Estou lendo com os meus alunos o livro A bolsa amarela, de Lygia Bojunga. O livro convida as crianças (deveria dizer aqui leitor, pois todos podemos abrir a bolsa amarela, independente da idade) a adentrar um mundo de gostosuras, conflitos, imaginação, criação. A linguagem é deliciosa e está longe, muito longe daqueles livros infantis que acreditam que a criança é um ser frágil, indefeso, incapaz de refletir. Nesse terceiro livro da autora, caminhamos entre o imaginário e o real, o fantástico e o cotidiano. Não há nada de pueril, moralizações, e aquela linguagem enfadonha do inho.
Raquel, uma menina cheia de sonhos e imaginações, guarda dentro de sua bolsa amarela os mais secretos e incompreendidos sonhos e desejos: a vontade de crescer, de ser garoto e de escrever. Guarda seus desejos buscando a auto-afirmação, o auto-conhecimento porque, em sua família, criança não tem vontade.
Resolvi ter uma bolsa azul - minha cor preferida. Guardarei nela minhas aspirações, não por me sentir incompreendida - ao contrário, tenho me sentido muito compreendida! - mas para abri-la todos os dias, recordando os motivos que tenho para estar aqui, para trilhar e escolher as veredas nas quais anseio transitar.

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