domingo, 30 de setembro de 2007

Mais um domingo - parte II

Mais um domingo. Diferente, porém, porque o tempo não se repete. Anda, corre, voa... O passado cabe apenas na lembrança, o presente é etéreo e o tempo da vez acaba sendo o futuro.
Hoje, sem sol, tempo esquisito, friozinho;
sem sorvete, mas papo domingueiro no Beto Batata;
sem encontro com o primo-comentarista ao vivo, mas na memória após ler o blog dele.
O que continua é a constatação de que ainda há muito o que fazer (acho que sempre haverá...). Sinal de vida pulsando.

domingo, 23 de setembro de 2007

Mais um domingo

Dia bom. Sol, calor, sorvete e papo animado, cheio de novidades, encontro inesperado com o primo-comentarista e sua moça. Depois, fondue em família - agora sempre falta alguém -, papo na net e fim de domingo. E a constatação de que há muito o que fazer, o que é denunciado pela pilha de papéis acumulados sobre a escrivaninha...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Nos olhos, os ipês

Hoje, no caminho de todos os dias, parei para olhar os ipês. Estão floridos. De imediato, recordei da querida professora de Ciências - Maria Helena -, que costumava comentar nesse período do ano: "Vocês viram o que aconteceu na Fagundes Varela?" Após tentativas sem acertos surgidas da cabeça fabulosa de nós, estudantes-adolescentes, ela completava: "Os ipês floriram". Não conseguia compreender a grandeza do fato. Mas hoje, meus olhos se encheram de alegria e nostalgia ao admirarem os ipês. Mais um sinal do tempo que passou.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O que é ensinar?

Na sala dos professores, conselho de classe. Entre discussões de condutas, alternativas, metodologias, a Gazeta de domingo nos foi apresentada por uma das professoras. Uma vez mais, a reprovação é vista com maus olhos e nós, professores, somos os grandes vilões da história. E quem deveria estar ao nosso lado, resolvendo problemas que ultrapassam os portões da escola e estão fora de nosso alcance, volta-se contra nós e sobe, majestoso, em um pedestal.
Culpados! Sim, nós, mestres, afastamos os pupilos dos bancos escolares, somos os vilões responsáveis pela evasão e reprovação dos educandos, porque o que ensinamos e a metodologia que escolhemos não estão condizentes com a realidade da criança, estão afastados do cotidiano do aluno.
Além de termos de enfrentar a leitura de um texto repleto de jargões (mestres, pupilos...), temos de ouvir a mesmice de sempre. Então, o que devemos ensinar? Limitarmo-nos a ensinar a ler o nome do ônibus e a fazer contas no supermercado? Isso é o cotidiano? É pouco! Queremos mais. É preciso transformar o conhecimento que o aluno traz, suas experiências, seu modo de ver o mundo. É necessário enriquecer seu acervo, fazê-lo pensar, refletir. E se isso é estar longe do cotidiano do educando, se isso é provocar repetência e evasão, o que é ensinar?

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Frase do dia

Destino: se é que existe, que seja cúmplice.

Fonte: MSN da Nylcéa

domingo, 16 de setembro de 2007

Educação e história

Estava hoje elaborando uma prova para a olimpíada da matemática de minha escola e pensando: o que há de errado com a educação? Que caminho foi tomado tão erroneamente que perdemos o fio da meada? Uma de minhas amigas - colega de magistério - afirma que isso aconteceu no momento em que a escola passou a se preocupar em preparar o aluno para o trabalho, produzindo como fruto do ensino mão-de-obra barata e não pensante.
Não sei. Acho que isso pode ser verdade, mas nós - pessoas de minha geração - somos frutos dessa escola tradicional e tecnicista e alçamos vôos mais longínquos que o simples mercado de trabalho - esse reprodutor de idéias, esse que "emburrifica".
Acho que perdemos o fio da meada no momento em que o velho - ensino tradicional e tecnicista - foi abandonado por completo em pró de uma educação construtivista. Surgiu a moda e os educadores, sem questionar o que estava sendo feito, seguiram-na. Mas não sabiam o que fazer com ela. Então, tudo passou a valer, a ser aceito e o conhecimento do aluno passou a ser considerado - o que é bom - mas não foi modificado, reconstruído. Os saberes que os alunos já possuem não são somente o ponto de partida, mas também de chegada. Não saímos mais do lugar. Resultado: alunos que não sabem ler, escrever, contar, resolver problemas, pensar!
E enquanto vivermos numa sociedade que abomina o antigo, o velho, a história, e está sempre recomeçando sem dar continuidade, sem reconhecer a importância da memória, dos acervos, não chegaremos a lugar nenhum. Afinal, na vida "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", como bem disse Lavoisier. A vida é tecida pela história!

sábado, 15 de setembro de 2007

Tricolor

Hoje, mais uma vitória do time do coração. Essas vitórias remexem sempre em meus acervos. Aprendi a ser são paulina na escola. O Tricolor estava sempre em primeiro lugar na tabela. Resultado: formou uma geração de torcedores. Mas o gostoso mesmo era ligar pra casa de um dos meus amigos quando o São Paulo jogava contra o Corinthians. A cada gol, uma ligação pra gozar do corintiano. E cantar com uma amiga bem alto na cancha do colégio que "nossa bandeira é a maior do mundo". E ainda torcer fervorosamente para ganhar do time da irmã-santista. Lembranças: sempre reavivadas pelo presente.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Anos após Odete Roitman

Estava, como de costume, almoçando com minha colega de trabalho quando ouvimos - sem querer! - a conversa da mesa em frente a nossa. Falavam da novela das 8. O que assombrou não foi o fato de discutirem quem matou Taís (ou Thaís, não sei a grafia), embora seja absolutamente repugnante que um suspense assim ainda provoque curiosidade no público, mas quem estava conversando sobre tal tema: dois homens! Aí é demais pra uma sexta-feira!

Dinamizando acervos

Depois de uma jornada de trabalho, as três reuniram-se em uma mesinha pra jogar conversa fora e comer um beirut. Faltou uma. Incrível como é difícil reunir as quatro! Antes era mais fácil. Entre uma conversa e outra, falaram de seus acervos cinematográficos, acervos esses que afetaram, cativaram. Lembraram da Menina e o porquinho - que tristeza quando a Charlotte morre! -, A maravilhosa fábrica de chocolate, Os Goonies - o Slot é inesquecível! -, O mágico de Oz e outros filmes que olvidaram o nome, mas jamais a história. É o que ocorre com os acervos: ficam eternizados na memória, despertando saudades, revivendo momentos, dinamizando recordações.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Um pouco mais de estatística hoje

Estatística: tudo que nos cerca é por ela movido ultimamente. E, infelizmente, também a educação. Alunos, notas, professores, livros, aprovações, reprovações, evasão, pais, funcionários, tudo vira estatística. Dela dependemos para receber a tal da verba - o dinheiro, outro item em ascensão. Daí as aprovações descabidas, que resultam em alunos que desconhecem o mínimo: não sabem ler, escrever, resolver problemas. E hoje, soube de mais uma dessas novidades que dispensam comentários: as escolas que tiverem um número reduzido de retenção, serão contempladas com uma verba mais gorda. E um urra às grandes idéias que tanto prezam pela estatística. Afinal, o que importa são os índices!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Reforma ortográfica

Reforma ortográfica. Sim, aprecio as mudanças. Como aqui já escrevi, a língua é mutável, é reinventada todos os dias. Portanto, reformas são necessárias. Mas andei lendo sobre o assunto e tenho meus questionamentos. O objetivo é unificar a língua portuguesa nos variados países que a tem como língua materna, para facilitar as relações econômicas - comerciais - entre estas nações. E o aspecto cultural? Uma língua representa o modo de ser, de agir, de pensar e de viver de um povo. Portanto, como unificá-la? Uma vez mais o individual não estaria sendo substituído pela massa?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mãos

Hoje estive pensando no poder das mãos. Elas afagam, escrevem, constróem, refazem, edificam, alimentam, rezam, dizem adeus, aprovam, reprovam, vivem.
Mas há também mãos que destróem, machucam, ferem, provocam, matam, esterilizam. Mãos que se velam por trás de luvas, se camuflam, se escondem.
Mãos, poderosas mãos que tecem a teia da vida!

domingo, 9 de setembro de 2007

A onda

Na praia, após uma longa caminhada, resolvemos ficar em casa durante a noite. Levei um filme que ganhei de presente do amigo do mano: "A onda". Assistimos.
Baseado em uma história verídica, o filme mostra como é fácil deixar-se envolver por movimentos de massa. O professor Burt Ross, ao abordar o nazismo em sua sala de aula, provoca o seguinte questionamento: como aquelas pessoas puderam deixar de pensar enquanto indivíduos para aderir cegamente ao movimento de Hitler? Ross resolve, então, mostrar ao alunos a facilidade com que se dá a ascensão do irracionalismo dos grupos. Em sua arriscada experiência pedagógica, cria um movimento chamado "A Onda", que tem como lema Poder, disciplina e superioridade, e como símbolo uma onda. Reproduz alguns clichês do nazismo e passa a dominar o cotidiano escolar até desmascarar o movimento em uma reunião, quando põe no vídeo a imagem de Hitler e, com isso, desperta os alunos da inércia.
Vivemos, realmente, sendo ameaçados a todo instante por ondas que anseiam nos engolir. Os movimentos de massa - igrejas, escolas, partidos políticos, jornais, emissoras de rádio e televisão ... - querem impor pensamentos, querem nos cegar. Quantas ondas já não nos arrastaram? Quantas ainda, silenciosamente, não nos arrastarão por quilômetros de vida?
Filme: “A onda” [ The wave]
Dur.: 45 minutos
Direção: Alex Grasshof
País: EUA
Ano: 1981
Elenco: Bruce Davison, Lori Lethins, John Putch, Jonny Doran,Pasha Gray, Valery Ann Pfening.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Jogo da vida

Jeito bom de terminar a quarta-feira: ver o maninho jogar vôlei com os amigos. Na quadra, rostos conhecidos há tempos. Esse é bom nisso, aquele sempre passa desse jeitinho, as viradas de segunda do mano-levantador. O tempo nos faz aprender mais e mais sobre as pessoas e a convivência torna-se ainda mais prazerosa. Porque o conhecimento traz bem-estar, segurança e o fato de nunca se dar por completo deixa aquela pontinha de entusiasmo, de desafio. O jogo é marcado por companheirismo, determinação, coragem, vontade de crescer, euforia, cansaço, perdas e ganhos. Assim também é o jogo da vida.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O grande circo do mundo

Circo místico. Uma metáfora da vida, sem dúvida. Cada vez mais me sinto seduzida pelo tema, o qual é assunto da minha dissertação. O circo, representação perfeita da humanidade, com seus erros, acertos, tentativas e sonhos. O místico, imagem da busca do incompreensível, do eterno, do divino, seja ele qual for. Vida: cotidiano materialmente vivido somado à procura, à busca do desconhecido.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Grrrr!!!!!!!!

Primeiro, a deliciosa sensação de entrar no carro - a ação representa o fim de um dia. No caminho, embalada por uma boa música, vem, silenciosa, a reflexão: o que foi feito, aprendido, o que poderia ter sido diferente. Olhos no painel, as horas passando depressa. Leve impaciência por querer estar fazendo outra coisa. A música diverte um pouco mais, mas logo os pés cansados de tanta embreagem lembram os olhos de mirar outra vez o painel: outro quarto de hora já se foi. A leve impaciência cede lugar à irritação. Os ouvidos não mais escutam a música, os olhos deixam de ver paisagens, a mente nega-se a avaliar o dia: todos os sentidos centrados no emaranhado de carros, pessoas, buzinas, freadas, imagens grotescas... A irritação mistura-se ao mau-humor. Detesto esse trânsito curitibano.

domingo, 2 de setembro de 2007

Depois da parada, as bandeirinhas...

Depois de um sorvete delicioso em perfeita consonância com a tarde ensolarada de domingo, fomos encontrar uma amiga no MOM. A intenção era ver a exposição do Volpi. Deparamo-nos com um daqueles engarrafamentos nada curitibanos: passeata gay. Depois de 40 minutos de congestionamento, deixamos o carro há algumas quadras do museu e, finalmente, conseguimos chegar. Tínhamos meia hora para ver a exposição. E foi o que fizemos.
Um olhar "volpiniano" sobre o cotidiano. Resultado: cores, formas geométricas, concretismo e abstracionismo. E a certeza de que aos olhos de leitora muito ficou ainda no patamar da incompreensão e do desconhecimento.

sábado, 1 de setembro de 2007

Páginas da vida

Páginas são viradas e uma a uma vividas, algumas com mais pressa, outras com mais intensidade. Um livro acaba, vem a despedida do já conhecido, do familiar, a saudade do que foi descoberto. Mas a história não acaba. Segue junto, na memória, no coração, acompanhando toda a trajetória, se unindo a novas histórias que vão sendo vividas em outros livros. Cada livro uma história, uma fase... E o ponto final?