quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O tempo chegou!

Chegou o momento do balanço do ano. Hora de rebobinar a fita - sim, sou do tempo da fita! - e olhar com o coração o que foi feito dessa fatia de tempo chamada 2010. E nesse movimento do ir-e-vir nos episódios da vida, é também tempo de planejar. De renovar os sonhos. De lirar-se dos fantasmas e celebrar a vida, os afetos. De agradecer os presentes recebidos.
Então, brindo o ano que se aproxima e agradeço com todo o afeto a vocês, família querida e amigos-irmãos, meus presentes mais preciosos desse ano que se finda.

Bem-vindo, 2011!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Virada Cultural

Curitiba, neste último final de semana, foi presenteada com a Virada Cultural. Música, pintura, palestras, teatro foram chegando de mansinho nos parques, praças, museus e teatros da cidade. Infelizmente, não pude estar presente em todas as apresentações, mas quero destacar aqui o show do Paulinho da Viola, em frente ao Paço Municipal. Não, não é por ser fã. Nem mesmo pela simplicidade e simpatia do artista ou por suas músicas que fazem bem pra alma. O que me surpreendeu foi o clima que deliciosamente tomou a praça Generoso Marques e suas cercanias. O sol, as pessoas cantando, crianças embaladas pelo ritmo, o sentimento de alegria e paz... Arte faz tão bem!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O relógio da vida

Naquela tarde de sol, calor de dezembro, assim que entrei na escola e me dirigi ao pátio para levar minha turma até a sala de aula, fui rodeada pelos alunos, que tinham os olhos ainda mais risonhos do que de costume. Todos, com canetas nas mãos e um brilho que teimava não deixar o canto dos lábios, pediam que eu assinasse as camisetas “para guardar de recordação, professora!” – ainda que não tenham aprendido exatamente o significado dessa palavra.
Bastou meus olhos abraçarem essa cena para o coração conversar com a memória e dias bons - muito bons! - tomarem conta da alma.
Fim do ano, alívio pela aprovação, alegria anunciando as férias na praia com a família e o gostinho de saudade dos dias que foram embora e dos amigos que pareciam ser eternos. Fim do ano anunciando a chegada sorrateira do outro, quando novamente atravessaria o tempo entremeado de leituras, provas, estudos, jogos, histórias, Maristelas, Marios, Monicas, Cleusas, Claudecenes e Gerusas.
É exatamente aí que entra o rito de passagem: assinatura de camisetas, amigo secreto (não tão secreto assim), choro, boletins, alegria com pitadinha de tristeza e, claro, dúzias e dúzias de ovos espatifados nas cabeleiras, marcando cada fatia do meu tempo de escola.
Naquela tarde de sol, calor de dezembro, olhei para os meus alunos e vi no espelho da alma que tudo mudou. Não sei bem em que momento o ponteiro correu no relógio da vida e passei a assinar “Um beijo, profª” nas camisetas. Mas! Não, nada mudou. Um novo século foi anunciado, mas no tempo zombador e perspicaz, muitos dos ritos permanecem. Assinei camisetas, entreguei boletins, bracinhos circundaram meu pescoço, beijos estalaram em minha face, olhos sorriram um tanto marejados, a palavra “saudade” uniu presente e passado... E saí da escola pisando em ovos - ou no que sobrou deles.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Professores de minha vida

Aos 5 anos pisei no chão da escola pela primeira vez. Não lembro do rosto de minha professora, mas suas mãos estão vivas em minha memória, abrindo minha garrafinha de suco da Turma da Mônica - eu nunca conseguia abrir sozinha!
Poucos anos depois, na casa de madeira, a tia Rosi mostrava a cortina da sala de aula e explicava: "o substantivo composto tem duas palavras, igual a barra dessa cortina, que é dupla". A tia Cláudia queria sempre ver minha letra maior... E pra isso, fiz muitas folhas do caderno de caligrafia. (Sim, minha letra aumentou!)
Terminei a 4ª série, mudei de escola, e continuei aprendendo, aprendendo. Na escola dos meus sonhos, fiz teatro com a Claudecene, aprendi a ver os ipês florescerem com a Maria Helena, li grandes autores - sem saber disso - com a Gerusa, gostei dos números (incrível!) com a Lilian, conheci uma amiga-mais-que-professora na Florise.
Mais uma etapa encerrada. Adentrei pelos portões do IEP. Novas boas surpresas. Compromisso com a educação, vontade de ensinar, formação crítica e uma professora que ficou na história: Cleusa querida, Cleusa dos beijos históricos, Cleusa da Lapa!
Escolhi meu caminho, entrei definitivamente para as letras - acho que sempre gostei disso -, descobri a linguística e a literatura. Conheci o Vinicius espiritualista com o Édison, descobri o rei da França calvo com o Borges, decidi que iria para a Espanha nas aulas da Terumi.
Caminhando mais um pouco no tempo, conheci as múltiplas linguagens, o afeto, os acervos e a magia de formar leitores com um trio fantástico: Marta-do-olhar-firme, Nancy-que-sorri-com-os-olhos e Eliana-da-voz-doce.
Um pouco disso tudo tempera meu eu-professora. Foram por essas mãos ternas, firmes, muitas vezes exigentes, que me tornei... eu! E por isso, o meu profundo agradecimento e a minha eterna admiração, mestres queridos!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Bienal do Livro do Paraná

Início da noite, Bienal do Livro do Paraná. Depois de enfrentar um trânsito típico das 6, encontrar alunos e amigos que têm em comum o amor pela literatura acaba com qualquer mau humor.
Num ambiente aconchegante - um café literário -, Cristóvão Tezza e José Castello discutem o processo de criação literária, as vozes do romance, o livro e o leitor. Ouvir palavras apaixonadas e ver olhos brilhando na sala cheia (é uma maravilha ver filas para entrar em palestras literárias) afirmam o importante espaço da literatura na sociedade.
Fica aqui, portanto, o elogio ao evento e aos autores da noite de hoje e também a mesma crítica feita à Bienal de Curitiba que aconteceu no ano passado: o excesso de livros comerciais e falta de novidades nas estantes das editoras presentes que, aliás, eram todas locais.

domingo, 26 de setembro de 2010

Amanhecer

Há exatamente 8 meses não via o dia amanhecer... Não veio assim,iluminado pelo sol primaveril, mas iluminado pelo motivo de estar ali, sentada à mesa com aquelas pessoas, naquele lugar, com vestido de festa. Entre os prédios da cidade, surge a claridade do dia. A noite dorme, a música cessa, e o sabiá (ou uma gralha azul?) anuncia o novo.

domingo, 19 de setembro de 2010

O tempo

O tempo, artesão de histórias,
tecelão de sentimentos.
Faz da dor, saudade,
do sonho, outro sonho,
da inquietação, acalanto,
da paixão, amor,
do encanto, desencanto,
do desencanto, encanto,
da dúvida, entendimento,
do desencontro, encontro.
O tempo, o sábio tempo.

domingo, 22 de agosto de 2010

Quebra-cabeça

Ontem, aqui em Curitiba, o dia de sol foi celebrado à noite, no Teatro Guaíra, com o show Quebra-Cabeça, de Oswaldo Montenegro. Letras de uma sensível poeticidade, a voz de um grande intérprete, músicos em sintonia e a flauta de Madalena Salles encheram a alma de alegria e emocionaram o público.
Acordei cantarolando em mais um dia ensolarado na nossa terrinha.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Alma

Minha alma anda falando, falando...
Mas tal é o sussurro
que provoca o pensamento:
o que tanto fala essa alma?

domingo, 15 de agosto de 2010

Uma noite em 67

Frio combina com... Cinema!!
Aos amantes da boa música, uma dica é assistir ao documentário "Uma noite em 67". Entrevistas e músicas na voz de Chico Buarque, Edu Lobo, Roberto Carlos, Sérgio Ricardo, Caetano Veloso e Gilberto Gil no palco do Festival da Record de 1967, que revolucionou a música popular brasileira.
Entre aplausos, vaias, violão quebrado e as ideologias de uma época, fica a vontade de sair cantando - já que isso não é possível no cinema - e o questionamento: por que aqui em Curitiba o documentário está em apenas uma sala de um cinema (Unibanco Arteplex) enquanto filmes comerciais (nada contra, também assisto) lotam todas as demais salas?

Gênero: Documentário
Classificação: Livre
Site: http://www.umanoiteem67.com.br
Direção: Renato Terra e Ricardo Calil
Elenco: Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu Lobo, Gilberto Gil, Paulo Machado de Carvalho, Roberto Carlos, Sérgio Ricardo e Zuza Homem de Melo

sábado, 3 de julho de 2010

Copa

O Brasil, depois de um belo primeiro tempo, volta para casa. Dá uma tristeza danada ver, no caminho para a escola, o verde-amarelo estampado nos carros, prédios, casas misturado ao silêncio.
Mas, incrível como a tristeza foi atenuada hoje quando, ainda deitada na preguiça da manhã, ouço o jogo que vem da TV da sala. Como é bom ver Diego Armando Maradona volver a su casa! Adiós!

domingo, 16 de maio de 2010

Nossa estrelinha

Saudade de seu riso,
do seu olhar doce,
da sua voz suave,
de suas mãos afetuosas,
da sua gargalhada
que ainda ecoa em minhas memórias.
Nas fotos, na letra, nas palavras, nas caixinhas,
ali você repousa, ainda alegre, ainda gargalhando.
Saudade, saudade, saudade.

sábado, 8 de maio de 2010

Um pouco que diz muito

NO MUNDO DA LUA

Não ando na rua.

Ando no mundo da lua,

falando às estrelas.




Helena Kolody

sábado, 24 de abril de 2010

Vergonha, Paraná!

Falta de vergonha na cara? Piada sem graça? Show de horrores? O povo paranaense tem presenciado nas últimas semanas uma infinidade de dissabores na política. É o topa-tudo-por-dinheiro-e-poder movendo o ser humano. E assim caminha a humanidade. Gente elegendo e reelegendo gente desonesta, vivendo suas vidinhas sem olhar para frente, botando no próprio rosto nariz de palhaço!
Mas!
No meio de tanto marasmo há - sim, há! - estudantes manifestando a insatisfação, lutando por uma política mais séria, por justiça e punição daqueles que roubam descaradamente e que ocupam uma posição privilegiada na sociedade, mas que só olham para o próprio umbigo. E lutando com a irreverência e a intensidade tão próprias da juventude.
Que horas são?
É hora de ser honesto! É hora de sair da passividade, de votar seriamente e com responsabilidade, de indignar-se, de movimentar-se! Vamos, Brasil, hora de despertar!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Curriculum Vitae

Sou mulher, neta, filha, irmã, sobrinha, prima, amiga, professora. Como qualquer ser humano, sou múltipla. Já tive dias de Maria, de Helena, de Amèlie, de Macabéa, de Capitu, dormi Pollyana e despertei Medéia. Ou vice-versa.

Quando ingressei nesse ofício chamado vida, tive amigo imaginário, fiz cicatriz que hoje é história, ganhei bicicleta, pedi Barbie. Depois, com amigos reais, ri muito, sofri um pouco, brinquei horrores, vi estrelas, disco voador, fiz esconderijo e joguei muita bola - futebol, basquete, espirobol – até descobrir outros prazeres.

Resolvi ser diarista, policial, depois professora. E fiquei professora. E gostei!

Abri livros, descobri histórias e percebi que eu era personagem da vida. E que queria escrever minha própria história numa sala de aula. E viajando. E lendo. E fazendo mestrado. E depois doutorado. E escrevi bem assim.

Então dei muitas aulas. Viajei para a Espanha. Li para ler sempre mais. Fiz mestrado. Passei no doutorado.

Mas... Sempre esse “mas” intrometido resolve fazer uma visita. Não escrevi que queria chorar. Chorei. Nem que queria perder. Perdi uma pessoinha que virou estrela. E descobri que a gente escreve só uma parte da história, a outra vem escrita. MAKTUB!


*Curriculum escrito para a aula de Produção de Texto, 6ª série. Esse é o meu!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

2010

O ano começou e com ele surgiram novas aspirações, velhas saudades, muitos projetos, alguns sonhos. Os pés na areia ficaram na lembrança, dando lugar ao cosmopolitismo, que invadiu a cabeça sem cerimônia. Organização dos horários, incertezas e escolhas voltaram a fazer parte da rotina.
A agendart já cheia de anotações. Gavetas e armários arrumados (está bem, nem todos, o desapego ainda é difícil!), aguardando a desorganização de 2010. Algumas pesquisas na internet. Novos arquivos salvos. Canetas novas (mania que trago da infância). Leituras (essas ainda de férias, conheci Martha Medeiros pelas mãos da Nylcéa, gostei). Filmes, o último um "soco no estômago", Entre os muros da escola. É, não vi ainda Avatar, quem me conhece já suspeita o motivo... Sou incorrigível, sei, mas tentando mudar, sempre. E tentando também completar a coleção de livros que tenho da Lygia Bojunga Nunes, já que agora tenho a desculpa de que sou obrigada a ler todos para a minha tese de doutorado.
Esse texto ficou sem fim... Vai ver porque 2010 está apenas engatinhando...