sábado, 29 de janeiro de 2011

Biutiful

Cheguei ao shopping, estacionei o carro, desci a escada rolante. Não havia fila, cheguei ao balcão e pedi: "uma entrada para o Biutiful, por favor". Olho no relógio, ainda havia tempo. Subi novamente a escada, adentrei a livraria. No vai-e-vem entre as estantes, um novo livro sobre o Chico Buarque e um CD da Maria Gadú. Olho no relógio, 5 minutos para a sessão. Bom chegar assim, bem na hora, para não haver perigo da solidão sentar ao meu lado. Desci uma vez mais a escada, parei, comprei guloseimas e adentrei a sala...cheia! Escolhi um lugar mais discreto, sentei e foi assim que comecei a assistir ao meu primeiro filme sozinha. Nada de troca de olhares reprovando uma cena, risinhos de gostosura ou mãos entrelaçadas. Nada de esse-filme-do-trailler-eu-quero-assistir ou afago e beijinho. Só eu e os personagens, que sofriam no mais terrível jogo da vida. E os estranhos que se fizeram presentes de repente, quando levantaram com o filme ainda na tela, saindo da sala com cara de o que é isso...

4 comentários:

Marilia Kubota disse...

Solidão também é liberdade...os primeiros vôos são mais hesitantes, depois você acostuma a dar acrobacias.
Espero que tenha corrido tudo bem nas férias, doutoranda. Um abraço!

Silvia Pandini disse...

Coincidência... também vi esse filme sozinha! E como é bom descobrir que a solidão escolhida é menos cruel que a "partilhada" desapercebidamente.Saudades!

Ana Paula Miola disse...

Posso estar enganada, mas, mesmo assistindo Biutiful acompanhada, é impossível não se sentir desnorteada, sem chão e solitária após o filme. Ele te arremessa contra a parede e te deixa lá, refletindo. Joga um balde de água fria em qualquer resquício de esperança que ainda resta em você. É realmente belo.

Beijão, professora querida!

Deisily de Quadros disse...

Tem toda razão, Ana! Filme ácido, mas belo.
Beijo, aluna querida!