terça-feira, 19 de agosto de 2008

Uma infância, um quadro

Entrei no museu e, no meio de tantas pessoas e línguas, estava sozinha, pensamento galopando em algum lugar. Os olhos percorriam tudo brincando, tentando convencer a memória a guardar cada pedacinho do novo mundo. Os pés passeavam lépidos, numa ida-e-vinda por corredores e salas até que, subitamente, pararam. O coração acelerou, a memória voltou alguns anos, os olhos sorriram. Era o meu quadro! O quadro da minha infância, onde me reconhecia na menina de vestido claro e me imaginava no jardim, alegre, talvez brincando de bom-barqueiro, como a vovó ensinara. O quadro, a praia, as noites conversando com a avó, paciente e doce, os passeios noturnos no Brejatuba. Época de brinquedos e folguedos, em que Monet ou Mulheres no Jardim não faziam parte do acervo. Era simplesmente o quadro da casa da praia da vovó, com o jardim em que eu ousava sonhar brincar.

Um comentário:

Francine Oliveira disse...

olá!
você dá aula de quê?
bom, eu achei seu blog no google, estava procurando algo sobre aquele filme Colcha de Retalhos e o título da sua página acabou me chamando a atenção... Tecendo memórias... porque o trabalho que me levou a buscar algo sobre o filme é exatamente ter que relacionar a memória e seu papel a esse longa que, mesmo não tendo gostado muito, tem me perseguido um bocado.
Enfim, gostei muito do que você escreve e até queria agradecer pelo post sobre o Colcha de Retalhos. Me ajudou bem eheh
Um abraço!