domingo, 7 de outubro de 2007

Nossos seres mitológicos

A Grécia sempre me encantou por sua mitologia, bem como Roma. Os deuses do Olimpo são fascinantes e os semideuses, heróis e entidades do Panteão, também. As histórias fantásticas narradas sobre eles na Ilíada e na Odisséia - ambas as obras atribuídas a Homero - contam as batalhas envolvendo gregos e troianos, mortais e divindades, e suas artimanhas elaboradas. Zeus, Palas Atena, Aquiles, personagens representando luta e coragem.
Já no Brasil, os heróis são outros. Essa semana, dia 09, fará 40 anos que Che Guevara morreu. Um dos mais famosos revolucionários marxistas da história, Che representava a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro. Assassinou centenas de pessoas e disse frases aclamando a violência, a morte e uma espécie de ditadura esquerdista. Mas não foram essas que ficaram na história, porque Che tornou-se um mito assim que foi capturado e executado. Foi então que todos os extermínios, toda a violência, todas as guerrilhas perdidas, deram lugar à famosa frase: "Hay que endurecerse sin perder la ternura jamás".
Ao lado do cangaceiro Lampião - um assassino, saqueador, bandido, mas idolatrado homem nas terras nordestinas - surge mais um ser mitológico brasileiro, que é aclamado e tem seu rosto estampado em camisetas e bandeiras até hoje, 40 anos depois de sua morte. E eu me pergunto: por que não ficamos apenas com o Saci-Pererê, Iara, lobisomem, mula-sem-cabeça, Curupira, os inocentes seres do mundo fantástico?

3 comentários:

justfeel disse...

Dizem por aí - e acredito nisso - que se Che não tivesse morrido, mas continuado no poder, como Fidel, não seria ídolo de tantas gerações (que nem entendem muito bem o que ele quis nos dizer), mas apenas parte da história mundial.
Ah!, não esquece do cinema (talvez eu não possa à tarde, mas na pior das hipóteses a gente vai à noite acompanhado do resto da patota).
Beijo, prima-professora!

Anônimo disse...

sem essa, isso de saci perere foi péssima idéia - argssssssss

Anônimo disse...

É tudo uma questão de valores e de quem "saiu da vida para entrar na história" e como o fez.
Talvez Saci e Mula não sejam os heróis que os jovens procuram...