sábado, 27 de outubro de 2007

Crítica (by Miguel Sanches Neto)

Estive em Ponta Grossa nestes últimos três dias, participando do Cellip, e tive gratas surpresas. Uma delas foi a palestra do Miguel Sanches Neto. O professor e autor falou sobre o poder da crítica literária e lançou uma severa mas consistente discussão às resenhas atuais.
Feitas por jornalistas que tratam um livro como uma notícia e não como arte, as resenhas apresentam as novas obras ao público leitor de forma rasa. É uma espécie de fast food literário, termo empregado por Miguel Sanches.
Com o afastamento do crítico literário em detrimento das resenhas jornalísticas, a objetividade técnica toma o lugar da criação e há o comprometimento da opinião do resenhista, já que o jornalista tem de muitas vezes escrever o que o editor ou as editoras determinam. No entanto, esse tipo de crítica chega ao leitor, enquanto a crítica acadêmica não cria um público para o autor contemporâneo, por estar acima da compreensão da maior parte dos leitores.
É preciso, segundo Miguel Sanches, criar um projeto sério de crítica literária no Brasil, reaproximando a crítica literária acadêmica - consistente, preocupada com a criação literária - à crítica do jornal - aquela capaz de adequar a linguagem ao público comum.
Enquanto isso, a opinião de Jô Soares continua valendo muito mais do que a crítica literária dos nossos Antônios Cândidos. Afinal, o que conta é se o autor sobreviveu às piadinhas engraçadas realizadas na telinha... Plim-Plim!

Um comentário:

justfeel disse...

Por isso devo imaginar que nasci em tempo errado; as facilidades tecnológicas nos roubam muita capacidade criativa e até de raciocínio, criando cada vez mais alienados que se amparam na pobre desculpa da desnecessariedade do pensar...