quarta-feira, 8 de junho de 2011

Literatura, lugar de encontro

Ontem, numa noite fria curitibana, o calor das palavras de Bartolomeu Campos de Queirós aqueceu o coração dos presentes no Teatro Paiol.
O escritor, envolvido em seu cachecol, participou do belíssimo evento "Paiol Literário", um bate-papo acerca da literatura mediado por Rogério Pereira. Contou histórias de sua infância, falou do encantamento da literatura e dos grandes problemas que a sociedade enfrenta por não formar leitores.
Idealizador do "Manifesto por um Brasil literário", Bartolomeu vive a literatura com carinho e a tem como um lugar de encontro, como uma boa prosa com a dúvida, com a incerteza, com o encontro , com a delicadeza.
Quando questionado sobre o papel da escola na formação de leitores, com voz doce e olhar reflexivo, o autor diz que a escola foi feita para servir, a literatura para encantar. Como que contando "causos" fala do olhar do professor que imobiliza, da escola-que-é-mensurada-por-números e da necessidade do afeto, da carícia do olhar. Diz ainda que educar pressupõe deixar o outro ser dono do próprio destino e que a criança aprende para ser amada por aquele que sabe: o professor.
Portanto, enquanto a escola for medida com números e deixar o encantamento do lado de fora da sala de aula não será capaz de promover o encontro do leitor com a magia, com a liberdade, com a palavra que organiza o caos, com os silêncios do texto, com o mundo sonhado que só encontramos nas páginas de um livro.

Um comentário:

Silvia Pandini disse...

Eu estava lá porque vc me convidou!
Veja como sou uma pessoa de sorte!
Saudades suas!