domingo, 27 de abril de 2008

O tempo não pára


Os diferentes verdes dos campos enchem os olhos. Campos esses cortados por asfalto. Um caminho familiar, que traz recordações.
Manhã de sábado, acordar cedo, pegar a bagagem, tomar um comprimido para não enjoar e partir. Partir para a paisagem da minha infância. Almoço da vovó, esperar a sobremesa e ficar mais feliz quando era a preferida: pavê. Depois, sair pelas ruas de paralelepípedo, a pé ou de bicicleta. Passear na praça da cidade, ir ao ginásio de esportes ver algum jogo, abrir a torneirinha dos caminhões, tocar a campainha e sair correndo. Mas o mais divertido era ir à chácara do avô. Lá era onde as brincadeiras corriam soltas, onde passávamos a tarde toda comendo frutas do pé e tomando café na casa da dona Maria, mesmo tendo ordens expressas do avô para não misturar frutas com café. No fim do dia, a acolhida da avó, o "direto para o banho" regado pela bronca das mães, o cansaço gostoso, a gemada antes de dormir e... de repente, 20 anos se passaram.

Um comentário:

justfeel disse...

Nao para, nao.
Eu ja' nao sei se a saudade daquilo que foi e' uma coisa boa ou ruim, pois mesmo tudo de bom que ha de vir nao vai conseguir substituir esses bons momentos...
Mesmo com essa duvida, eu disse a alguem: "melhor a saudade daquilo que foi bom do que nem ter vivido".
:*