Os diferentes verdes dos campos enchem os olhos. Campos esses cortados por asfalto. Um caminho familiar, que traz recordações.
Manhã de sábado, acordar cedo, pegar a bagagem, tomar um comprimido para não enjoar e partir. Partir para a paisagem da minha infância. Almoço da vovó, esperar a sobremesa e ficar mais feliz quando era a preferida: pavê. Depois, sair pelas ruas de paralelepípedo, a pé ou de bicicleta. Passear na praça da cidade, ir ao ginásio de esportes ver algum jogo, abrir a torneirinha dos caminhões, tocar a campainha e sair correndo. Mas o mais divertido era ir à chácara do avô. Lá era onde as brincadeiras corriam soltas, onde passávamos a tarde toda comendo frutas do pé e tomando café na casa da dona Maria, mesmo tendo ordens expressas do avô para não misturar frutas com café. No fim do dia, a acolhida da avó, o "direto para o banho" regado pela bronca das mães, o cansaço gostoso, a gemada antes de dormir e... de repente, 20 anos se passaram.