Queria saber escrever. Desenhar com letras no papel branco as tardes de sexta-feira, o cheiro das árvores e a textura da bola laranja que inundavam meu ser há pares e pares de anos que ficaram no passado.
Um jogo, um toque, um olho-no-olho com a rapidez de um raio, um rubor, um beijo. Tudo agora morando no tempo que passou.
Tinha também uma bolsa, tão pequena, que mais parecia uma cartola mágica: dela saíam batom, escova, toalhinha, água, papel, caneta, bala, chicletes... Há muito não vejo a bolsa. Acho que com ela estão as tardes, essas tardes que ficaram em algum lugar do tempo.